Eletroforese de Proteínas

A eletroforese de proteína é de grande importância no diagnóstico diferencial de algumas enfermidades e na avaliação da gravidade de alterações clínicas, hematológicas, no diagnóstico de processos inflamatórios, gamopatias e disproteinemias.

Valores elevados de proteína plasmática ocorrem em função da hemoconcentração ou do aumento da produção de globulinas, este geralmente associado a processos inflamatórios.

O aumento da concentração sérica das proteínas, por hemoconcentração, ocorre sanestésicas. A hemoconcentração também pode ser fisiológica, em casos de contração esplênica e policitemia vera.

A eletroforese de proteínas é indicada quando a hiperglobulinemia não é consequência da hemoconcentração, a globulina é alta o suficiente para suspeitar de uma gamopatia ou quando se suspeita de imunodeficiências humorais. Também tem sido utilizada no acompanhamento de pacientes com leishmaniose.

As principais causas de gamopatias nos cães são decorrentes de uma infecção ou inflamação persistente, quando ocorrem aumentos das frações gama e beta como infecções crônicas bacterianas, parasitárias, virais, protozoárias, neoplasias ou doenças autoimunes.

Nos felinos, a peritonite infecciosa felina é uma causa comum de gamopatia, em que a fração gama é mais elevada.

Hipoalbuminemia: encontrada na síndrome nefrótica, cirrose hepática, desnutrição, enteropatias com perda protéica, processos inflamatórios crônicos.

Hipogamaglobulinemia: mieloma múltiplo não secretor ou produtor de cadeias leves.

Hipergamaglobulinemia policlonal: na cirrose hepática, infecções subagudas e crônicas, doenças autoimunes.

 

PRINCIPAIS PROTEÍNAS ENCONTRADAS NAS BANDAS ELETROFORÉTICAS

A interpretação clínica da eletroforese é baseada nas variações das frações e na detecção de paraproteínas. Em um soro normal, utilizando a eletroforese capilar, identificam-se cinco bandas:

1) Albumina: normalmente é a proteína mais abundante no plasma, sua função principal é a manutenção da pressão coloidosmótica. É sintetizada pelas células do parênquima hepático. Níveis elevados (hiperalbuminemia) podem ocorrer na desidratação aguda.

Diminuição dos níveis (hipoalbuminemia) é encontrada em algumas condições tais como: analbuminemia; inflamação aguda ou crônica; doença hepática; cirrose hepática; glomerulopatias; lesão tubular; síndrome nefrótica; enteropatia com perda protéica; doença

inflamatória intestinal; desnutrição protéica; linfomas,;leucemia; hipertireoidismo; e uso de corticoide.

 

2) Alfa -globulinas: esta banda é principalmente composta por alfa -antitripsina. O restante (10%) se deve à alfa -glicoproteína ácida, alfa-fetoproteína e certas proteínas carreadoras. Incrementos desta zona são encontrados nas seguintes situações: reação de fase aguda, cirrose, carcinoma metastático, úlcera péptica, enteropatia perdedora de proteína, estresse, colite ulcerativa, uso de corticóides e antiinflamatórios. Diminuição dessa banda ocorre na hepatite viral aguda, má-absorção, enfisema pulmonar, síndrome nefrótica e no jejum prolongado.

 

3) Alfa -globulinas: Constituem essa banda a Haptoglobina, Alfa -macroglobulina e Ceruloplasmina. Esta área eletroforética raramente está deprimida (hepatite viral aguda, doença hepática, hemólise intravascular) uma vez que a diminuição de um componente geralmente é mascarada pelos demais. Encontra-se aumentada nas seguintes condições: animal senil; hipoalbuminemia; glomerulonefrite; cirrose; diabetes; infecção aguda; meningite; carcinoma metastático; síndrome nefrótica; úlcera péptica; pneumonia; enteropatia perdedora de proteína; colite ulcerativa; e uso de corticóides.

 

4) Beta-globulinas: esta zona é melhor avaliada de forma separada: Beta (transferrina, hemopexina) e Beta (Complemento C3, C4 e Proteína C Reativa). A transferrina é a principal proteína de transporte do ferro. Nos casos de anemia ferropriva seus níveis estão

elevados, embora esteja menos saturada. Níveis baixos são encontrados na reação de fase aguda, neoplasias, desnutrição protéicocalórica e na perda de proteínas (síndrome nefrótica, enteropatia perdedora de proteína). Os Complementos C3 e C4 são reatores de

fase aguda fraca e tardia. Também se elevam na obstrução biliar, doenças infecciosas e inflamatórias agudas e crônicas.

 

5) Gamaglobulinas: esta zona é predominantemente composta de imunoglobulinas do tipo IgG. As imunoglobulinas IgA, IgM e IgE se sobrepõem à junção Beta-Gama. Diminuição dessa banda ocorre na hipogamaglobulinemia e agamaglobulina, que podem ser primárias ou secundárias (uso de corticóides, síndrome nefrótica, infecções, leucemia linfocítica crônica, linfomas). Níveis elevados são encontrados em doenças infecciosas, doenças hepáticas, mielomas e outros tumores do sistema retículoendotelial.

 

Representação Gráfica de alterações detectadas pela eletroforese de proteínas

Evolução da infecção tendendo a cronicidade

Infecção Crônica

Aspecto de orelha de gato infecção crônica

1 Comentário

  1. daisi disse:

    Gostaria de saber o valor do exame eletroforese de proteinas para uma gatinha e também o prazo para sair o resultado deste exame.
    Grata

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