Ciclo Estral

O ciclo estral é controlado pela integração entre o FSH, LH, estrógeno e progesterona.

Esses hormônios são comuns a todas as espécies, contudo seus padrões de secreção e seus efeitos relativos variam entre as diferentes espécies. Essas diferenças ocasionam variações na extensão das fases luteínica e folicular do ciclo, assim como as diferenças na duração do cio.

Duração do ciclo Duração do cio Momento da ovulação
Ovelha 16-17 dias 24-36 horas 24-30 horas após o inicio do cio
Cabra 21 dias 32-40 horas 30-36 horas após o início do cio
Porca 19-20dias 48-72 horas 35-45 horas após o início do cio
Vaca 21-22 dias 18-19 horas 10-11 horas após o fim do cio
Égua 19-25 dias 4-8 dias 1-2 dias antes do fim do cio
gata 14-21 dias 7 dias Após a cópula

O período de cio é caracterizado por alta secreção de estrógenos pelos folículos pré-ovulatórios. No fim do cio, ocorre a ovulação seguida pela formação do corpo lúteo, resultando em secreção de progesterona. Esta secreção regride abruptamente  alguns dias antes do próximo cio.

O período de atividade do corpo lúteo é chamado de fase luteínica (14-15 dias ovelhas e cabras, 16-17 dias em vacas e porcas).

A fase folicular, desde o período de regressão do corpo lúteo até a ovulação – 2-3 dias cabras e ovelhas, 3-6 dias vacas e porcas.

INTER-RELAÇÕES HORMONAIS

Fase Folicular

A fase folicular do ciclo é caracterizada pela rápida queda dos níveis de progesterona e um pico do nível sanguíneo de estradiol. Esse comportamento hormonal é essencial para a manifestação do comportamento de cio. Os níveis sanguíneos de LH aumentam duas vezes aproximadamente durante a fase folicular.

O pico de estrógeno durante a fase folicular exerce uma influência retrógrada positiva sobre o eixo hipotálamo-hipófise resultando na onda ovulatória de LH, que ocorre aproximadamente 12 horas após o início do cio.

O aumento de LH e FSH é determinado pela liberação hipotalâmica de GnRH.

A ovulação não é um processo mecânico de ruptura devido à pressão interna excessiva. Na maioria das espécies o folículo ovulatório se torna flácido várias horas antes da ovulação, o que resulta em uma liberação lenta do líquido folicular após a ruptura do folículo.

A onda ovulatória de LH também aumenta a síntese folicular de Prostaglandina, especialmente a PGE2 , que vai provocar a ovulação.

Fase Luteínica

Após a ovulação a parede do folículo se espessa gradualmente devido à hipertrofia e hiperplasia das células da granulosa. As células que proliferam rapidamente preenchem a cavidade formada e começam a secretar progesterona.

A secreção de progesterona depende da contínua manutenção de hormônios luteotróficos da hipófise.

A função plena do corpo lúteo parece ser dependente da prolactina além do LH.

O corpo lúteo regride abruptamente 13 a 15 dias após a ovulação no animal não prenhe. O declínio rápido da Progesterona devido à regressão do corpo lúteo é o elemento essencial para a completa seqüência de eventos que levam ao próximo cio e ovulação.

Existe uma teoria chamada de mecanismo de contra-corrente, pelo qual uma substância luteolítica do útero passa diretamente da veia útero-ovariana para a artéria ovariana, estudos indicaram que tal substância seria a PGF2a

A concentração de estrógeno e Progesterona influi na liberação de LH e FSH

Seqüência do Mecanismo Hormonal do ciclo estral

Aumento na quantidade de estrógeno (células do folículo) provoca um aumento na sensibilidade de GnRH e conseqüentemente um aumento deliberação de LH e FSH

Progesterona diminui a sensibilidade ao GnRH e diminui a liberação LH e FSH

A regulação do corpo lúteo pela PGF2a provoca um aumento de FSH e LH e uma diminuição  de progesterona

O LH provoca um aumento de produção de estrógenos pelas células da teca e se difundem pelas células da granulosa.

O FSH estimula a conversão de andrógenos em estrógenos pelas células da granulosa e provoca aumento na concentração de estrógenos.

FSH promove o aparecimento de receptores para LH na granulosa

A granulosa vai produzir um fluído rico em estrógeno – antro

O aumento da concentração de estrógenos vai promover a onda pré-ovulatória de liberação de LH.

A onda de LH promove a maturação dos oócitos (meiose) – formação do primeiro corpúsculo polar

A onda de LH também estimula a produção intrafolicular de PGA e PGE que vão promover a ruptura do folículo. Junto com a PGA e PGE ocorre a formação de corpos multivesiculares, bolsas da teça externa, elas produzem substâncias proteolíticas que digerem o substância cimentante dos fibroblastos da teca externa e promovem a ovulação.

A onda de LH provoca uma diminuição dos receptores de FSH na granulosa, o que diminui a conversão de andrógenos a estrógenos.

O LH se liga nos receptores das células da granulosa e iniciam a conversão da camada granulosa da fase folicular de secreção estrogênica para fase luteínica de Progesterona.

Com a ovulação ocorre a formação do corpo lúteo.

O corpo lúteo secreta progesterona, que provoca uma diminuição de liberação de FSH e LH pela hipófise.

O corpo lúteo regride, diminui a secreção de Progesterona o que provoca um aumento de liberação de FSH e LH e o ciclo se repete.

Atividade sexual estacional

Nos mamíferos selvagens a atividade sexual varia com as estações do ano.

Nos mamíferos domésticos, como os bovinos e suínos não ocorre esta interferência, isso é bem visível em caprinos, ovinos eqüinos e bubalinos.

Isso está relacionado com a variação do número de horas do dia.

Estação anual de reprodução

Ovelhas raças pré-alpinas 260 dias; Merino, 200 dias; Blackface, 139 dias; Southdown, 120 dias. Todos os produtos da raça Merino possuem estação sexual longa.

Ciclos ovulatórios silenciosos sempre ocorrem no início e no fim da estação.

Em vacas e porcas o cio se manifesta regularmente durante o ano todo e a influência estacional é discreta. A fertilidade mínima ocorre em junho e a máxina em novembro em climas temperados, esta fertilidade pode estar relacionada mais ao fotoperíodo do que à temperatura e alimentação.

A fertilidade na porca é mais baixa no verão do que nas outras estações, sendo menor o tamanho da leitegada.

Atuação do fotoperíodo e da temperatura

São dois fatores que influenciam os ciclos sexuais, sendo o fotoperíodo mais ativo.

Quando conduzidas à dois ciclos fotoperiódicos por ano, as ovelhas apresentam duas estações de monta anuais, já que aos cinco meses de gestação segue-se um anestro de lactação de um mês e meio.

O fotoperiodismo é um sincronizador da atividade sexual

Nos mamíferos o efeito da temperatura é raramente mencionado.

Os embriões bovino, ovinos e suínos são mais suscetíveis a danos durante os 10 primeiros dias do desenvolvimento .

Em suínos a emissão de sêmen,a motilidade espermática e o número de leitões nascidos são diminuídos quando os reprodutores são submetidos à temperaturas de verão.

Mecanismo de ação do fotoperíodo

Variações da luminosidade diária desencadeiam variações nos níveis plasmáticos de gonadotrofinas e prolactina. O fotoperíodo exerce ação direta sobre o eixo Hipotalâmico-hipofisário e uma modificação simultânea na sensibilidade do sistema nervoso central para o feedback negativo dos esteróides.

A secreção de prolactina e tiroxina também são reguladas pelo fotoperíodo que interferem com a função gonadotrófica ou com a capacidade de resposta das gônadas.

Concentrações hormonais no sangue periférico do gato no ciclo estral

Concentrações hormonais no sangue periférico da cadela durante o ciclo estral

Citologia Vaginal em cadelas

Citologia vaginal em cadelas

Concentrações hormonais no sangue periférico da vaca durante o ciclo estral

Concentrações hormonais no sangue periférico da égua durante o ciclo estral

Início do Pró-Estro

Células Parabasais

Glóbulos Vermelhos

Pró-estro

Células vermelhas, células Parabasais e Células Intermediárias Grandes

Início estro

Início Estro - Células

Estro

Estro - Célula anucleada queratinizada e Célula Intermediaria Grande

Diestro

Diestro - Neutrófilos e Intermediária pequena Parabasal

Anestro

Anestro

MUDANÇAS DURANTE O ESTRO DE CADELAS

Mudanças durante o estro de cadelas

FASES DO CICLO ESTRAL DA CADELA

PRÓ-ESTRO

Edema de vulva

Descarga sangüínea.

A citologia vaginal é predominantemente de células parabasais

COMPORTAMENTO – a cadela é agitada e secreta feromonas

É agressiva com o macho.

Torna-se mais passiva no começo do estro.

ESTRO

Aumenta o edema de vulva

Descarga vulvar será ligeiramente cor-de-rosa .

Algumas fêmeas terão uma descarga sangrenta no estro que é normal.

Na citologia vaginal haverá uma concentração elevada de células corneificadas.

COMPORTAMENTO – a cadela procura o macho, fica rodeando, levanta a região pélvica , move a cauda para o lado e aceita a cópula.

Cio do “lobo” – (cio dividido)

Apresenta o cio aparentemente normal mas, não ocorre ovulação.

Seguido por outro o cio 2-6 semanas mais tarde (cio ovulatório)

METAESTRO

Diminuição do edema vulvar

Não apresenta descarga vulvar

A citologia vaginal não apresenta células queratinizadas e apresenta células brancas do sangue em grande quantidade.

COMPORTAMENTO: Não aceita o macho

ANESTRO

Período de inatividade ovariana

Nenhuma descarga vaginal

Retorno ao cio por volta dos 4 meses

CICLO ESTRAL DA GATA

Requer copulação para ovular. – Ovulação induzida

FASES DO CICLO

PRÓ-ESTRO

DURAÇÃO – um dia ou menos

CARACTERÍSTICAS – o animal rola, se esfrega, emite vocalizações freqüentes, se abaixa freqüentemente com os quartos traseiros elevados, mas ainda rejeita o macho.

 

ESTRO

DURAÇÃO  – 6-7 dias

CARACTERÍSTICAS – aumento dos sinais de pró-estro, porém, agora aceita macho, o que significa desvio da cauda lateralmente, aceita que o macho lhe “agarre” a nuca, monte e copule.

METAESTRO

DURAÇÃO – 1-2- semanas

CARACTERÍSTICAS – Não ocorre ovulação, não há manifestações de cio e não aceita o macho.

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